Você Não Precisa de Oração
Não orar significa, certamente, uma confiança elevada em si mesmo. Significa tomar o controle de tudo e ser o centro de todas as coisas (pelo menos teoricamente). O motivo de nos mantermos longes de uma vida de oração é uma visão errada de Deus, do mundo e de si mesmos.
Não é de se espantar que hoje nossas vidas devocionais estão a beira de fracassar (as que ainda não fracassaram); não é de se espantar a quantidade de livros, artigos e pregações que são voltadas ao tema, que, infelizmente, pouco muda as nossas vidas. Talvez você tenha clicado nesse artigo simplesmente pela curiosidade ou por dizer em sua própria mente: "Como alguém tem audácia de dizer que é possível viver sem orar?", mas, sejamos sinceros, essa não tem sido sua vida? O nome desse artigo não tem estado estampado em seu rosto todas as manhãs, ao se levantar, e todas as noites, ao se deitar? Você não tem deixado claro ao mundo e a sua família que é possível viver uma vida sem nem um resquício de oração?
Você tem sido um homem mais forte do que o próprio Cristo. Você consegue mostrar ao mundo que é um homem mais forte do que o Filho de Deus. Talvez você diga: "Não, isso é absurdo, eu jamais diria isso", mas, viver uma vida sem oração é dizer que somos mais fortes que o próprio Jesus.
Jesus era um homem totalmente dedicado a oração. "Durante a sua vida aqui na terra, Cristo, em alta voz e com lágrimas, fez orações e súplicas a Deus [...] E as suas orações foram atendidas porque ele era dedicado a Deus" (Hb 5.7). Só em seu último dia de vida, Jesus orou três vezes: no Cenáculo, no Getsêmani e no Calvário. Na sala ampla e mobiliada, ele orou pelos discípulos e por aqueles que creriam nele (Jo 17.20). No Getsêmani, Jesus orou por ele mesmo: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice" (Mt 26.39). Na cruz, das sete palavras ali proferidas, três foram orações: "Pai, perdoa-lhes", "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste" e "Pai, nas tuas mãos entrego meu Espírito!".
Ele retirava-se para lugares solitários e orava (Lc 5.16) e passava noites orando a Deus (Lc 6.12). Jesus definitivamente era um homem de oração (cf. Mc 1.35; Lc 9.18; 9.28; 11.1;)
E o fato de não orarmos, demonstra que temos uma capacidade que Cristo não tinha: a de viver sem oração. Isso, a princípio, mostra em quem realmente temos confiado — em nós!
A triste realidade é que nós estamos mais interessados em saber sobre Deus, do que conhece-lo. Não estou de maneira nenhuma desprezando a teologia. Na verdade, sei que o grande fracasso na vida devocional da igreja hoje seja é pela falta dela, mas, não há como um pássaro voar com apenas uma das asas, não é mesmo? Uma teologia sem oração é uma teologia falsa. Como teologia é no fim das contas o conhecimento de Deus, quanto mais eu aprendo, mais esse conhecimento deve me dirigir a buscar conhecer a Deus. Não apenas saber sobre Ele, mas conhecer a Ele. Se todo o seu conhecimento não te conduz à oração há algo errado em algum lugar. Se ele não produz frutos de oração em sua vida, há algo espúrio nele, ou ele está sendo usado de uma maneira errada.
A verdade é que não existem cristãos sem oração e essas duras palavras deveriam ecoar em nossos corações todos os dias.
"Mostra-me um crente que não ora e eu lhe mostrarei uma cidade sem muros; Mostra-me um crente que não ora e eu lhe mostrarei alguém que já caiu." Misael Batista
Comentários